Itaú recebe perdão de dívida de mais de R$20 bi
Caso tem relação com processo de fusão com o Unibanco em 2008.
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Foto: Agência Brasil |
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado
ao Ministério da Fazenda decidiu favoravelmente ao Itaú-Unibanco em
processo que cobrava da empresa, atualmente o maior banco do Brasil, o
não pagamento de tributos em valor superior a R$ 20 bilhões.
Elaborado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o auto
de infração que originou o processo é de 2013. Na data, o documento
apontava o valor de R$ 18 bilhões, acrescidos de juros e multa.
Corrigido, o valor ultrapassa hoje o patamar de R$ 20 bi.
A decisão foi proferida pela 1ª Turma ordinária da 2ª Câmara da 1ª
Seção do Carf na segunda-feira (10). A PGFN já se posicionou afirmando
que recorrerá da decisão. Até 2016, o caso representava o maior valor em
julgamento no Conselho.
Caso
O processo foi aberto após a Receita Federal entender que a forma
legal assumida pela fusão entre Itaú e Unibanco mascarou ganhos de
capital. De acordo com o Fisco, tais ganhos resultantes da fusão
deveriam ter sido declarados para cobrança de tributos e recolhidos.
Em 2013, a Receita Federal emitiu cobrança de R$ 11,845 bilhões em
Imposto de Renda (IR) e mais R$ 6,867 bilhões em Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL) referentes à união das instituições.
A disputa ganhou os noticiários em 2016 quando o então conselheiro
João Carlos de Figueiredo Neto foi preso pela Polícia Federal acusado de
cobrar propina para dar uma posição favorável ao Itaú.
Em nota, a PGFN afirma que “a operação societária foi realizada de
modo a ocultar o ganho de capital”. Já o Itaú afirma que a fusão foi
validada pelo Banco Central, pela Comissão de Valores Imobiliários e
pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Em relação à prisão de
2016, o banco diz ter sido “vítima” da má conduta de Figueiredo e ter
contribuído para apontar o desvio ético do ex-conselheiro.
Edição: Mauro Ramos
Fonte: Brasil de Fato
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