Plano de aula gratuito ensina estudantes a checar informações
Por Maurício Moraes:
Agência Pública traduz material produzido pelo Instituto Poynter para celebrar o Dia Internacional do Fact-Checking.
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Plano de aula. Reprodução |
Reconhecer infomações falsas e evitar compartilhá-las pode ser muito
difícil, ainda mais em meio ao excesso de conteúdo que circula pela
internet. Para ajudar estudantes de ensino médio a desenvolverem essa
habilidade, o Instituto Poynter – entidade norte-americana sem fins
lucrativos que promove o ensino do jornalismo – desenvolveu um plano de
aula que explica princípios da verificação de fatos. O guia faz parte
das celebrações do Dia Internacional do Fact-Checking, comemorado em 2 de abril, e está disponível em 11 idiomas. A versão em português foi produzida pela Agência Pública, que mantém o projeto de fact-checking Truco.
As atividades do plano – que pode ser baixado gratuitamente no site do Dia Internacional do Fact-Checking
– têm uma duração estimada de 75 minutos, o que permitiria encaixá-lo
em uma aula dupla. Um folheto de quatro páginas é entregue aos alunos, e
o professor pede a todos que se posicionem sobre o que acham do voto
obrigatório ou do voto facultativo.
Em seguida, os estudantes têm acesso a três reportagens que tratam do
tema. Uma delas é um texto equilibrado, com fatos e fontes indicados.
As outras duas não apresentam quaisquer fontes e trazem afirmações
radicalmente opostas sobre o tema. A ideia por trás do exercício é
mostrar aos estudantes como suas opiniões pessoais podem evitar que
escolham uma reportagem baseada em fatos.
Também faz parte do plano de aulas uma animação de 2 minutos, que
explora as diferenças entre fatos e opiniões, notícias e boatos. O
material produzido pelo Poynter ensina ainda como explicar as
adolescentes as diferenças entre o que é uma opinião e um fato. Há um
exemplo de como descobrir se uma notícia é falsa, usando pesquisa de
imagem reversa para desvendar a afirmação de que a radiação do acidente
nuclear de Fukushima, no Japão, teria chegado à costa oeste dos Estados
Unidos.
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Folheto do plano de aula que apresenta conceitos de checagem para estudantes. Reprodução |
Não faltam dicas de ferramentas que podem ser úteis para desvendar
boatos e correntes que circulam pela rede. Títulos em caixa alta, sites
que não incluem uma seção descrevendo quem são os responsáveis ou os
autores e a ausência de informações detalhadas sobre os proprietários do
endereço estão entre alguns dos indícios que podem servir para detectar
textos falsos. Professores que quiserem instrumentos adicionais para
ensinar aos seus estudantes têm no guia indicações de artigos
complementares, em inglês.
A última atividade prevista é a criação de posts, vídeos, GIFs,
desenhos e memes nas redes sociais pelos próprios alunos, que poderão
espalhar dicas de como descobrir notícias falsas na internet. Com isso, o
conhecimento adquirido por eles passará a circular entre jovens que
ainda não tiveram acesso ao plano de aula. E ficará mais fácil deter
boatos e rumores que inundam as timelines de todos.
Fonte: Agência Pública
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